quinta-feira, 19 de março de 2009

Capítulo 5: O Mistério da Rainha





Avisos:

Os personagens principais e os cenários pertecem ao grande C.S.Lewis.
O Capítulo é meio longo porque o original eu dividi em três partes por causa dos assuntos. Mas é interessante. Confiram...



A Grande Profecia de Nárnia

Capítulo 5: O Mistério da Rainha



Antes de começar a contar mais uma passagem dessa história, precisamos de um esclarecimento. Se os registros históricos do nosso mundo, por vezes, são incompletos ou contraditórios, os de Nárnia não poderiam ser diferentes. Há relatos de que reinaram duas pessoas com o nome de Cisne Branco, em épocas diferentes. Se são elas as mesmas pessoas, não posso garantir, pois sobre o segundo reinado não há muitos registros. Na verdade, quase nada explicando. O pouco que existe vem de tesmemunhos de narnianos, alguns um tanto duvidosos. Além de que no primeiro reinado, o que consta nessa história, há um grande mistério acerca da Rainha Cisne Branco. Como não há nada que esclareça esse mistério, existem muitas suposições e divagações. O que sei que é houve sim, um encontro dela com a Jadis, que vocês ficarão sabendo mais adiante, pois nesse momento, a Feiticeira Branca já partiu de Harfang levando consigo seu exército e planejando com o comandante Otmin a dominação de Nárnia.
Mas em Nárnia ainda havia muita movimentação por causa das notícias recentes. Em todo lugar que os esquilos e pássaros informavam sobre o acontecido, a notícia era recebida com espanto ou incredulidade. Também foi assim em Cair Paravel. General Sperdan, que estava como regente na ausência da Rainha, assim que recebeu a notícia, tomou duas providências imediatas. Mandou uma mensagem para a Rainha Cisne Branco, através de uma águia, e mandou reunir o exército do castelo. Mas para surpresa dele, a águia retornou antes que entardecesse aquele dia, pois o navio Grande Luar, que transportava a Rainha, já estava regressando ao Reino e atracaria no dia seguinte, provavelmente. A resposta que recebeu trazia um elogio a antecipação que ele tomou e um pedido que ninguém ficou sabendo o que era. O mais importante estava na resposta que a Rainha enviou através do grifo, que chegou mais rápido que a águia de Sperdan, a Nedamus, o sábio centauro. Ele leu o pergaminho que recebera e imediatamente tomou as providências.
Logo mais a noite, estavam todos reunidos. Todos os castores que Nedamus mandou que chamassem estavam aguardando que ele terminasse uma reunião com os outros centauros. Eram cerca de trezentos castores e todos estavam se perguntando o motivo de terem sido chamados. Mas não demorou muito para que o imponente centauro aparecesse na companhia de seu discípulo, Óruns. Trazia o rosto sereno e o pergaminho com a resposta da Rainha na mão direita. Ao ver tantos castores reunidos, Nedamus começou a falar.
- Valentes castores, obrigado por comparecerem. Como devem saber, Nárnia precisa de todos nós. A árvore que garantia que a maldade não entrasse em Nárnia foi destruída e precisamos nos cuidar para que não venha acontecer o pior.
- Sim, sabemos disso, grande Nedamus. - falou um castor que estava mais a frente, devia ser o lider deles. - Mas em que nós podemos ajudar? Numa guerra tudo bem, mas há um outro motivo para termos sido chamados em separado?
- Nossa Rainha toma decisões sábias e tenho certeza que dessa vez também acertou. Ela pede que todos os castores que puderem, sigam até os limites de Nárnia no norte e façam uma quantidade suficiente de armadilhas para atrasar a tropa da Feiticeira. Assim como eu, ela acredita que, se houve mesmo um encontro do anão com a Feiticeira, tudo não passou de um plano dela para dominar Nárnia. Enquanto vocês preparam nossa primeira defesa no norte, o restante de nós vai preparar a nossa defesa daqui.
- Você disse "tropa"? Então é verdade que ela montou um exército? - perguntou aquele castor tendo atrás de si os murmúrios dos outros.
- Sim, é verdade. Assim, nossa Rainha escreveu na carta: - Nedamus abriu o pergaminho e passou a ler um trecho da resposta. - "Cair Paravel sempre se manteve informado todos esses anos das ações da Feiticeira, justamente porque o próprio Leão alertou para perigos que ela traria vindo para Nárnia. Nesse momento posso confirmar que ela possui sim, um exército, mas não sabemos quantos a seguem. Regressando à Nárnia, a Feiticeira não irá perder tempo em querer destruir tudo que tanto amamos. Antes de qualquer coisa, reúnam todos os castores que puderem ajudar e os levem para os limites do norte para colocarem armadilhas e artifícios entre as árvores da floresta e os vales que ela provavelmente poderá passar. Isso não vai segurá-la, mas vai retardar tempo suficiente para prepararmos nossa defesa.". - uma breve pausa, e o centauro continuou: - E no final ela escreveu: "De qualquer forma, fico feliz por saber que Nárnia possui habitantes corajosos e preocupados com o bem-estar do Reino. Esse certamente é um fato que será lembrado durante vários anos, aconteça o que acontecer. Peço a todos que tenham força e fé, porque o Grande Leão ficará feliz em saber que o povo de Nárnia não se entrega diante do inimigo”.
E Nedamus terminou de ler o trecho, abaixando e enrolando o pergaminho, com os olhos dos castores na direção dele, absortos, como se aquilo fosse uma verdade universal. Depois de alguns segundos de silêncio, o castor que estava na frente perguntou ao sábio centauro.
- E você, Nedamus? Acha que isso vai realmente ajudar?
- Estou certo que sim. Os castores são habilidosos construtores e têm idéias que são bastante aproveitáveis. Se atrasarmos a Feiticeira, ela vai encontrar um povo preparado e unido para defender Nárnia.
- Então... - o castor se virou para os outros e perguntou em voz muito alta. - Quem vem comigo?
- EEEEEUUUUU!!! - todos levantaram as mãos e gritaram quase que em uma só voz. Com isso, o castor se virou para Nedamus novamente e perguntou.
- Quando partimos?
- O mais rápido possível. Preparem o que puderem levar na viagem, Óruns vai com vocês. Devem fazer conforme o seguinte plano...
E Nedamus mostrou a eles um mapa de Nárnia onde podia-se ver três pontos marcados próximos a uns morros. Segundo ele, seriam os lugares mais prováveis que serviriam de passagem para a tropa da Feiticeira. Também deu outras instruções e sugestões para os castores se organizarem na tarefa. Todos eles entenderam que seria importante que fizessem tudo certo. Em pouco mais de duas horas, todos os castores já estavam seguindo viagem na companhia de Óruns rumo ao norte, levando todo o material que necessitariam e alimentos. Descansariam no meio da madrugada e depois retomariam o trajeto, planejando toda a sorte de armadilhas para dificultar a passagem dos seguidores da Jadis. No meio do caminho, solicitaram a ajuda de algumas toupeiras, que seriam muito úteis em escavações. As que podiam, se juntaram ao grupo com toda a animação possível.
Mas no extremo norte de Nárnia, alguns grifos, águias e gaviões fizeram vigias em diferentes pontos para ver alguma coisa que indicasse que a Feiticeira estava chegando. Numa determinada tarde, um gavião viu que em uma certa distância havia uma grande movimentação e voou pouco mais próximo para se certificar. Ao ver quem eram, não teve dúvidas. Voou mais rápido que pôde para o vale dos centauros para avisar Nedamus. Só que no caminho encontrou a caravana dos castores e avisou Óruns sobre o que viu, retomando seu caminho logo em seguida. Isso fez com que os castores se apressassem ainda mais. Graças ao aviso, os castores chegaram rápido. Ao cabo de dois dias já estavam nos pontos marcados e já haviam começado com a tarefa combinada. Enquanto as toupeiras se encarregavam em fazer vários buracos para as armadilhas, os castores se encarregavam em usar as madeiras disponíveis. Óruns ajudava no que podia, carregando as madeiras que os castores necessitariam. Levaram um dia inteiro e uma parte de uma noite para que colocassem todas as armadilhas que planejaram. O trabalho deles tinha que ser rápido e conseguiram. Centenas de armadilhas foram colocadas em diversos pontos da floresta e próximo a elas. Logo que estavam todas prontas, eles seguiram viagem de volta para se juntarem ao outros narnianos. Só assim, sabiam eles, teriam mais tempo.
E estavam certos. A Feiticeira, orientada por Ginnarbrik, escolheu passar por entre dois montes, ao oeste da Charneca de Ettin, no extemo norte. Iria ainda demorar algum tempo para chegar lá, mas quando avistou-os, sentiu logo que já estava em Nárnia. Não tinha mais a árvore para bloquear a entrada dela no reino. Acompanhada de todos os seguidores, ela evitou paradas para descanso, justamente para não perder tempo. Podia-se ver a sede de poder nos olhos dela. Mas até que ela estivesse nas proximidades desses montes, a Rainha Cisne Branco já havia desembarcado e voltava a reinar em Cair Paravel. O exército estava aperfeiçoando os treinamentos e os narnianos estavam mais preparados. Mostravam todos mais disposição e confiança depois do regresso da Rainha, e nos salões do castelo havia muito comentário por conta disso.
Algum tempo depois, General Sperdan havia solicitado uma audiência com a Rainha logo após receber uma mensagem de Nedamus, que dizia que os narnianos estavam prontos a se juntar com o exército do castelo. Na carta, ele sugeria que o exército e os narnianos rumassem para o norte afim de interceptar a Feiticeira antes mesmo que ela entrasse de vez em Nárnia. Também avisava que a Feiticeira, junto com seguidores dela, estavam rumando para as montanhas do norte, justamente para as armadilhas que os castores fizeram. E nesse momento, o General cruzava os corredores de Cair Paravel ao encontro da Rainha, sendo acompanhado por Lorde Doran e Lorde Isarim, dois grandes conselheiros do reino. Lorde Doran era bastante influente em Nárnia, mas não tanto quanto Lorde Isarim, que era bem mais velho que os dois juntos. General Sperdan seguia no meio dos dois e abria a porta para a alameda que dava no jardim preferido da Rainha. E ela esperava por eles, trajando um logo vestido branco com detalhes dourados, tomando um chá na companhia de duas amas.
- General, Lordes. Que prazer em vê-los. - disse ela mostrando um sincero sorriso.
- Também estamos satisfeitos e vê-la, minha Rainha. Venho pedir permissão para levar o exército para o norte. Nedamus mandou notícias e sugeriu que no norte seria melhor para segurarmos a Feiticeira. - disse o General, entregando o pergaminho a Rainha. Ela abriu e começou a ler um trecho mas não terminou.
- Meu bom General, não precisa que eu autorize isso. Tem toda a autoridade numa hora dessas.
- Nedamus diz que ela está próxima das montanhas do norte. Vai passar justamente nas armadilhas que os castores montaram. - disse Lorde Doran.
- Então aquele anão está mesmo orientando a Feiticeira. Isso vai ser um problema para nós, General. - disse a Rainha, olhando de Lorde Doran para Sperdan, que respondeu.
- Nós só precisamos estar a um passo a frente dele.
- Mas ele conhece muito de Nárnia. É filho de Graarnes, que é muito nosso amigo. - reconheceu Lorde Isarim.
- Sei que Nárnia está segura com tanta gente disposta a ajudar, como temos agora. Lutar com essa Feiticeira não vai ser fácil. Já sabemos quantos são?
- São cerca de oito mil com a Feiticeira. - disse o General.
- Nisso temos a vantagem, Majestade. - Lorde Isarim comenta. - Só nosso exército é mais que esse número. E junto com os narnianos então...
- Mas como Nedamus diz na carta, números não vencem batalhas. - interrompeu Lorde Doran. - A Feiticeira Branca certamente tem um plano, e é muito esperta.
- Tem razão, Lorde. - disse a Rainha, mostrando preocupação. - Precisamos estar prontos para ela.
- Mas, Alteza, não está pensando em ir para o front. Está? - perguntou Lorde Isarim.
- Mas é claro que não. Eu sou uma dama, Lorde. Não me acostumo com essas guerras, que na verdade nem deveriam existir em Nárnia. Mas sei que elas são necessárias. Ou você acha que a Feiticeira Branca vai trazer um exército desse tamanho só para tomar chá conosco? - disse isso, levantando uma xícara do seu chá para tomar mais um pouco.
- Claro. Tem razão, Majestade.
- Então vamos. - disse Lorde Doran. - Temos um problema para resolver lá fora.
E os três fizeram uma reverência e se viraram para se retirar, mas a Rainha interrompeu.
- General, fique um pouco. Preciso conversar com você à sós. - e olhou para as amas de companhia, que entenderam o olhar e se levantaram para acompanhar os dois lordes.
A Rainha convidou o General para se sentar e esperou até que estivessem realmente sós. Depois de algum tempo, tomou mais um pouco do seu chá e começou dizendo a Sperdan.
- General, sabe que confio em você. É o meu mais fiel súdito e amigo.
- Sim, Majestade. Estou sempre à sua disposição.
- Preciso te contar uma coisa. Noite passada tive um sonho. Sonhei com nosso Grande Leão. Mas esse sonho me foi perturbador.
- Mas como um sonho com Aslam pode ser perturbador, minha Rainha? - perguntou o General, meio confuso.
- Vou te contar. Sonhei que eu estava em um bosque. Era muito bonito, mas não era Nárnia. E isso estava me incomodando. Eu caminhava por entre as árvores e não encontrava ninguém. Às vezes encontrava um ou outro lago e havia um rio que, por mais que eu procurasse, não conseguia saber de onde vinha e nem para onde seguia.
- Que estranho. - sussurrou Sperdan.
- O estranho é agora. - continuou a Rainha.- Andei muito até que encontrei uma parede de vidro enorme, e do outro lado estava ele. Mas Aslam estava enorme. Ou parecia que era gigantesco, ou eu e o bosque estávamos muito pequenos. Era como se eu estivesse dentro de uma caixa de vidro. Só que quanto mais ele me olhava, mais triste ele ficava, pois ele ouvia minhas súplicas. Eu pedia a ele que me tirasse de lá, mas ele não podia fazer nada.
- E depois? - quis saber o General.
- Depois eu acordei. E estou com esse sonho na minha cabeça até agora.
- Talvez deva consultar...
- Não vou consultar ninguém por causa desse sonho. - interrompeu a Rainha, olhando direto para os olhos do General. - É bobagem. Se esse sonho era pra me dizer alguma coisa, vou ficar sabendo com o tempo. Temos coisas mais urgentes para nos preocupar.
- Como queira, Majestade.
O General entendeu o que a Rainha quis dizer com isso, prestou uma reverência, e se retirou se encontrando logo com os dois Lordes que estavam a caminho da saída do castelo. O exército estava esperando lá e, quando os três chegaram, ficou acertado que o General seguiria com o exército e os dois Lordes ficariam com a Rainha.
E assim o exército de Cair Paravel rumou para o norte, para se encontrar com os narnianos. Traziam nas vestes, nas flâmulas e nos escudos algo diferente. Além da habitual figura do Leão em posição de ataque, havia uma enorme árvore fazendo fundo com este. Foi a forma que encontraram para homenagear a árvore que foi destruída recentemente e que protegia Nárnia. Foi um longo caminho e levaram dois dias até chegarem no local combinado, mas por onde passavam, ganhavam vivas e saudações de todos que encontravam pelo caminho, sendo que o mesmo aconteceu quando se encontraram com os narnianos que iriam para a batalha. Nedamus, acompanhado de seu discípulo, Óruns, foi quem recebeu o General.
- General Sperdan, que satisfação em vê-lo. Só gostaria que as circunstâncias fossem outras.
- Eu também, meu bom Nedamus. - respondeu o General. - Mas infelizmente não imaginamos que aconteceria assim.
Enquanto os três conversavam, os anões, faunos, texugos, centauros, ursos e os outros animais se misturavam ao exército, que em sua maioria era de descendentes de Filhos de Adão. Todos discutiam e trocavam informações. Mas enquanto eles se reuniam para seguir para as montanhas, a Feiticeira já chegara no vale que existe entre dois morros. Enquanto seus seguidores continuavam no caminho, ela contemplava o lugar. Viu um grande lago que havia na região e teve um pensamento que resolveu dividir com seu comandante e com o anão que a acompanhava.
- Ginnarbrik, Otmin. Esperem. - a Feiticeira fê-los parar e começou a dizer o que queria. - Marquem bem este lugar. Será aqui meu castelo.
- Mas e Cair Paravel? A senhora não se interessa por ele? - perguntou Ginnarbrik.
- Nem um pouco. - respondeu Jadis. - Por mim, será abandonado. Quero que construam meu castelo naquela pequena ilha no meio do lago, com grandes torres e um enorme portão de entrada. - e os dois olharam tentando acompanhar a imaginação da Jadis. Foi quando eles foram surpreendidos pelos gritos dos que seguiam à frente e viram que a caravana parou por algum problema. A Feiticeira foi a primeira a ir para o local e verificar o que estava acontecendo.
- O que há? Porque todos pararam? - perguntou ela em tom desafiador.
- São armadilhas, minha Rainha. Tem delas por todo lado. - respondeu um gnomo.
- Não podemos prosseguir assim. - disse também um ciclope.
A Feiticeira deu uma boa olhada no local e viu que havia muitos dos seus caídos em buracos, alguns presos nas árvores da floresta que havia próxima e um ou outro esmagado pelas grandes toras que os atingiram.
- Não é possível. - sussurrou a Feiticeira, quando Ginnarbrik e o minotauro chegavam próximos a ela. O minotauro fez um gesto que fez parar o restante do grupo que se aproximava e o anão reconheceu o que estava acontecendo.
- São armadilhas... Foram os castores.
- Como disse? - perguntou a Feiticeira quando ouviu as palavras do anão.
- Que essas armadilhas foram os castores que fizeram. Os cortes nas árvores são inconfundíveis.
- Então foi você que nos trouxe para essa armadilha? Como ousa? - a Feiticeira concluiu, levando a sua varinha para o pequeno pescoço do anão, que sentiu calafrios na espinha.
- Não, minha Rainha. Não imaginava que isso fosse acontecer. Jurei fidelidade à senhora. - disse Ginnarbrik tentando esconder sua tremedeira nas pernas.
- Então acha que isso pode ter sido obra apenas dos castores? - perguntou Jadis, um pouco mais calma, tirando a varinha de perto do anão.
- Não creio. Os castores devem ter feito isso a mando da Rainha Cisne Branco ou de outro alguém. Talvez de Nedamus, o centauro. Estou certo que há centenas dessas armadilhas, talvez milhares.
A Feiticeira olhou um pouco mais ao redor e, depois de alguns segundos de pensamento, se virou para o comandante Otmin.
- Comandante, depois que tomarmos Nárnia, você será proclamado General. E sua primeira tarefa será exterminar todos os castores que encontrar.
- Entendido, minha Rainha. - respondeu o minotauro.
- Por agora, quero que convoque alguns gigantes para desmontar essas armadilhas o suficiente para que nossa tropa passe para o outro lado da floresta. Vamos montar acampamento por aqui mesmo até podermos atravessar.
Logo que recebeu essas ordens, o Comandante Otmin tomou as providências. Ginnarbrik se encarregou do acampamento juntamente com outros lacaios da Feiticeira. Ela notou que aquelas armadilhas eram justamente para atrasá-la e pôs-se a pensar em outros planos, caso já tivesse alguém esperando por eles. Ela não foi muito longe, pois o exército junto com os narnianos já seguiam para aquela direção afim de surpreender a Feiticeira.
Naquele mesmo dia, a Rainha Cisne Branco resolveu fazer uma pequena viagem para visitar o local onde a árvore foi destruída, na companhia de Lorde Doran e Lorde Isarim e dos seus ajudantes particulares. Quando chegou, sua carruagem parou próxima, mas não encontrou ninguém, a não ser algumas dríades que estavam tristes ainda pela perda da árvore. De longe, sem descer da carruagem, a Rainha comentou com Lorde Isarim que estava ao seu lado.
- Só de olhar já sinto uma profunda tristeza. Nos acostumamos demais a ela. Ainda não acredito que foi destruída.
- Eu mesmo já sinto a falta dela. - respondeu o lorde, com pesar nos olhos.
- Essa Feiticeira deve pagar pelo que fez. Que nossas tropas consigam nos livrar dela de uma vez por todas.
- Vosso desejo também é o meu, Majestade. - disse o lorde, olhando para os olhos da Rainha. - Vai querer descer?
- Não me sinto bem. É como se um vazio se apoderasse de mim só estando nesse lugar. Vamos voltar para o castelo.
E com essa ordem, a comitiva da Rainha voltou para Cair Paravel, deixando para trás as dríades e as árvores do bosque ainda tristes.
Naquela época, o norte de Nárnia era bastante tomado por uma vasta floresta, havendo uma bem larga por entre os dois montes do norte, onde estava o acampamento da Feiticeira, e um descampado, que os narnianos escolheram para ficar. Se havia um lugar propício para uma batalha, seria ali. Enquanto Nedamus, Óruns, Graarnes e outros líderes narnianos se reuniam com o General Sperdan e seus capitães, numa espécie de conselho de guerra, alguns grifos e águias ficaram encarregados de sobrevoarem os montes do norte e obter informações, mas de modo que evitassem serem vistos. Mas não adiantou. Comandante Otmin, que por acaso olhava o céu em um certo momento, viu um grifo que sobrevoava o local, e acho estranho pois, naquele mesmo dia, tinha visto outros dois. O minotauro resolveu falar com Jadis, que estava descansando em sua tenda.
- Minha Rainha, estamos sendo observados. Já vi alguns grifos sobrevoando por aqui e acho que estão nos observando para informar a alguém.
- Será o exército deles? - perguntou a Feiticeira.
- Tenho certeza que sim. Talvez não estejam longe.
A Feiticeira se virou para Ginnarbrik e perguntou.
- O que há além da floresta? Essa que está com as armadilhas dos castores?
- Tem um grande descampado, duas cavernas e é caminho do rio que começa nesse lago no meio dos montes. - com a resposta do anão, a Feiticeira logo entendeu que, se os narnianos estivessem próximos, o local da batalha já estava escolhido.
- Comandante, temos como passar pela floresta sem sermos atingidos pelas armadilhas?
- Ainda não, minha Rainha. Mas talvez uns gnomos ou répteis possam passar por entre elas. - respondeu o minotauro.
- Perfeito. Vamos fazer o mesmo que eles. Mande alguns dos gnomos e répteis que puderem passar para espionar e nos trazer notícias. Assim será melhor para planejarmos tudo.
E o minoutauro cumpriu as ordens da Feiticeira. Mandou que aqueles, entre os fiéis, que pudessem se esgueirar por entre as árvores para evitar as armadilhas procurassem alguma informação útil. Assim se seguiu por quase dois dias. Ao mesmo tempo em que os narnianos tinham a localização exata da tropa da Feiticeira, ela também tinha informações precisas sobre o exército narniano. Logo o minotauro dava notícias à Jadis de que já poderiam passar pela floresta com segurança, ao mesmo tempo em que ela formulava um plano para colocar em prática. E quando o exército dela começou a atravessar por entre as armadilhas desmontadas, o minotauro mandou que a maioria, inclusive os gigantes, aguardasse no acampamento - fazia parte do plano.
Do lado narniano havia muita expectativa. Já sabiam que a tropa da Feiticeira estava avançando para eles e também tinham planejado os ataques. Enquanto aguardava, pouco afastado do exército, um fauno se sentou para descansar. Assim como aos outros estava apreensivo, que o fez quase não notar alguém o chamando de pai.
- Pai... - uma voz que para ele vinha dos arbustos continuava chamando, mas ele não conseguia localizar a origem. Apenas fazia idéia de quem era.
- Pai, sou eu. Estou aqui. - finalmente conseguiu distinguir um pequeno fauno, seu filho, e no mesmo instante mostrou extrema preocupação. Correu na direção do arbusto onde o faunozinho estava escondido.
- Tumnus, o que está fazendo aqui? É muito perigoso.
- Segui o exército. Estava te procurando. - respondeu o pequeno fauno.
- Mas o que está pensando? Não deveria estar aqui. E o seu irmão?
- Ele ainda está com Nanane e os filhos dela. Ele está em segurança, por isso eu vim. Quero ajudar a expulsar essa Feiticeira.
- Não, meu filho. Você é muito novo e precisa cuidar do seu irmão. Ele é mais novo que você, esqueceu? - Jiromnum disse isso, fazendo com que o pequeno fauno abaixasse a cabeça, meio que com vergonha do erro que cometera.
- Não senhor. Só achei que pudesse ser mais útil aqui.
- É muita coragem sua, fico orgulhoso disso. Mas será mais útil cuidando de seu irmão. Logo os seguidores da Feiticeira estarão aqui e devemos lutar com eles. Você deve sair logo.
Nisso, um grifo viu que o fauno não estava sozinho e foi conferir o que estava acontecendo.
- Algum problema, Jiromnum? Tumnus, que faz aqui? - perguntou o grifo ao notar o filho do fauno. Antes que Tumnus respondesse ao amigo, Jiromnum interveio.
- Ele seguiu o exército atrás de mim. Mas já o adverti que o lugar dele não é aqui. Será que você pode deixá-lo em um lugar seguro?
- Mas claro. - respondeu o grifo. - Vamos Tumnus. Você deve deixar esse local. – e o fauno acompanhou o grifo, levando um Tumnus triste embora, com lágrimas nos olhos e um aperto no coração.
Mas logo General Sperdan deu ordens para o exército narniano se posicionar. Estavam na parte sul do descampado, de modo que ficavam afastados do local onde os seguidores da Jadis apareceriam. Já sabiam que a qualquer momento iria acontecer. Óruns que estava em uma posição estratégica, viu que havia uma certa movimentação na floresta e fez sinal para o General e Nedamus informando, que fez com que os dois mandassem a primeira tropa os acompanharem. Pararam quando o General visualizou aquele grande minotauro no meio de tantos seres dos mais estranhos aos olhos narnianos. Eram gnomos, ciclopes, vampiros, minojavalis, ogros e outros animais perigosos. Ao contrário de Nedamus, não achou estranho os seguidores da Feiticeira estarem em menor número do que o informado. O General só pensava que somente a primeira tropa de Nárnia seria suficiente para aqueles que apareceram.
- Não entendo. Onde estão os gigantes? E a Feiticeira? - Nedamus disse pra si mesmo, notando algo estranho no ar. Logo a brisa fresca daquela tarde era cortada pelo grito do minotauro que estava mais próximo.
- Narnianos. Já sabem por que estamos aqui. - disse ele, segurando sua enorme clava, olhando direto para o General e Nedamus. - A minha Rainha manda que entreguem o Reino e essa guerra pode ser evitada.
O General se virou para Nedamus e comentou.
- Rainha? - depois, numa troca de olhar, os dois se entenderam. O General empunhou sua espada, se virou para a tropa e gritou.
- Narnianos... Vamos defender nossa terra! – o general fez seu cavalo galopar tendo atrás de si enorme número de narnianos gritando e prontos para a batalha.
Eram anões, panteras, ursos, texugos, cavalos, centauros, macacos, rinocerontes, tigres e outros animais. Todos misturados aos Filhos de Adão. Não demorou muito para o embate de forças. Os animais de Nárnia lutavam com vontade contra os da Feiticeira e os Filhos de Adão do exército mostravam muita destreza no trato com as armas. Parecia até que os seguidores de Jadis não estavam preparados. Mas era uma briga forte, que estava sendo observada e estudada de longe pela própria Feiticeira. Acompanhada por Ginnarbrik, que procurava informá-la de quem era quem entre os líderes de Nárnia, ela se posicionou em um lugar ermo da floresta para estudar a força dos narnianos. Prestava atenção a cada movimento e a cada grito de ordem que ouvia. Não deixou que a luta se estendesse por muito tempo. Em pouco mais de uma hora, fez sinal para o Comandante Otmin que, de longe, reconheceu a ordem para recuar com a tropa. E assim o fez. Deu um grito mandando que todos os fiéis da Feiticeira recuassem para o acampamento, deixando os narnianos ainda mais contentes, acreditando em uma primeira vitória.
Houveram poucas baixas entre os fiéis da Feiticeira. E entre os narnianos, quase nenhuma. Com o grito de guerra sendo repetido, os narnianos comemoraram o sucesso inicial. Mas nem todos pensavam assim. Nedamus discutia com o General sobre o primeiro embate.
- Nedamus, meu bom amigo. Fique feliz conosco. Isso vai ser bom para estarmos preparados para uma próxima batalha. - disse Sperdan, no meio dos narnianos.
- Discordo, General. A Feiticeira não mostrou nada da sua força aqui. Pra mim, ela planeja algo, e é algo muito sério.
- Depois conversamos então. Vamos nos reunir mais tarde. - respondeu Sperdan que se voltou para comemorar com a tropa.
Logo mais ao anoitecer, se reuniram antes do esperado. Pois um duende e dois ciclopes foram levar para o General um recado da Feiticeira. Ele leu esse recado para o conselho e ficou perturbado, pois não esperavam que Jadis fosse fazer tal pedido.
- Talvez queira se render. - disse Graarnes que tinha ouvido atentamente o General.
- Não creio. - disse Óruns. - Ela não precisaria da nossa Rainha para isso.
- Poderíamos ignorar esse pedido. - sugeriu o urso Caixalote.
- Começo a concordar com você, Nedamus. - disse o General. - Pode mesmo a Feiticeira ter um plano maléfico contra nós.
Nedamus fez sinal positivo com a cabeça para Sperdan, que perguntou.
- Mas por que será que ela precisa da nossa Rainha?
- Só há uma maneira de saber. - respondeu o sábio centauro. - Melhor deixarmos a decisão com a Rainha.
E o General deu ordens de mandarem um recado pelos mensageiros da Feiticeira, de que o pedido seria enviado a Cair Paravel, e mandou um grifo levar esse recado, e as notícias recentes, à Rainha Cisne Branco.
Todo narniano sabe de que os grifos voam mais rápido que os gaviões ou as águias. E o momento pedia muita urgência, o que foi entendido pelo grifo Solarus, que não demorou mais que um dia para chegar até a Rainha. Quando ela leu a mensagem, na presença de seus lordes, achou muito estranho.
- Por Aslam, será que terei que ir mesmo? - perguntou a Rainha, abaixando o pergaminho com a mensagem.
- Receio que sim, Majestade. - disse Lorde Doran, que foi retrucado pelo Lorde Isarim.
- Cavalhadas, não é possível. Vossa Majestade não precisa ir. Seja o que for que essa maluca queira, não é necessário a presença da nossa Rainha.
- E se for uma rendição? E se ela quiser um acordo? - perguntou de novo a Rainha.
- Alteza. Acha que ela viria até Nárnia, com tamanho exército, só para propor um acordo? Que acordo seria? Não acredito em nada disso. Não precisamos fazer acordo nem nada. - Lorde Isarim respondeu à ela, que se virou para o outro lorde e perguntou.
- Lorde Doran, enviaste resposta ao oferecimento de tropas da Arquelândia?
- Sim, Majestade. Mandei resposta ontem mesmo, avisando que nosso exército já rumou para o norte. Mas receio que eles demorarão a chegar até lá. É um logo caminho.
- De qualquer forma, a ajuda deles é bem-vinda. - sentada em seu trono, a Rainha deu um logo suspiro e disse. - Pois bem. Eu vou até o norte. Vou saber o que a Feiticeira Branca quer comigo.
Os dois lordes se entreolharam espantados com a decisão, mas não tentaram convencê-la do contrário, pois sabiam que quando a Rainha decide, não volta atrás.
Os serviçais do castelo foram rápidos nos preparativos da viagem. E tão rápida ainda foi a própria viagem, que demorou apenas três dias. Enquanto a comitiva da Rainha passava por entre o exército narniano, ganhava vivas e saudações de todos. Todos achavam que Cisne Branco era a melhor jóia que Nárnia possuía, por isso, todos aclamavam seu nome. Logo a carruagem parou próximo do General, de Nedamus e outros líderes narnianos para que estes recebessem os viajantes com sincera reverência. Enquanto desembarcava, a Rainha acenava para os narnianos que continuavam eufóricos com a visita dela.
- Meu bom General. Me atrasei? - perguntou a Rainha.
- Na verdade, chegou cedo. O encontro é ao cair da tarde.
- Meu amigo, Nedamus. Há quanto tempo. - cumprimentou a Rainha, ao ver o centauro.
- É verdade. Já faz algum tempo que não nos víamos. - respondeu ele. - Majestade, a senhora entende que esse encontro é bastante perigoso. Não é mesmo? - perguntou Nedamus, mostrando preocupação.
- Sim, entendo. Mas, infelizmente, tem coisas que precisam ser feitas. Nárnia não pode se subjulgar a ela.
- E a Rainha não estará sozinha, vou com ela. - disse Lorde Isarim quando se aproximou, que por causa de sua estatura, seria facilmente confundido com um anão.
- Por Aslam, você ainda não entendeu que não preciso de babá? - perguntou a Rainha, se virando para o Lorde.
- E Vossa Alteza ainda não entendeu que não vou deixá-la sozinha com a Feiticeira? - retrucou ele.
A Rainha deu um longo suspiro, mostrando cansaço daquela conversa. Lorde Doran e General Sperdan eram os únicos acostumados com essas discussões entre a Rainha e Lorde Isarim. Por vezes elas chegavam a ser bem acaloradas. E quando Doran chegou perto do General, sussurrou.
- Liga não. Vieram discutindo essa questão por toda a viagem. - o General mostrou que entendeu com um aceno positivo com a cabeça. Os outros procuravam mostrar uma certa indiferença, pois conheciam as discussões entre a Rainha e o Lorde. A Rainha continuou dizendo.
- O encontro é pra ser só nós duas. Como uma conversa entre mulheres.
- Isso está fora de questão. - respondeu ele. - Já discutimos isso na viagem.
- Está bem. Desde que você fique quieto.
Lorde Isarim apenas balançou a cabeça em sinal de reprovação.
- Vamos montar guarda na frente da caverna para o caso de haver algo errado. - disse o General para a Rainha.
- Pois bem. Vamos combinar assim. Me dêem duas horas com ela. Se eu ou o Lorde não aparecermos até esse tempo, podem entrar na caverna. - disse ela notando que todos entenderam essa ordem.
Enquanto aguardavam o momento do encontro, fizeram um grande banquete para a Rainha. Havia refeição e vinho bastante para o triplo do exército narniano. Ela conheceu muitos dos quais ainda não conhecia e todos festejaram a presença dela. E no outro lado da floresta, entre os montes, os seguidores de Jadis recebiam, no acampamento, instruções do Comandante Otmin quanto aos próximos ataques. Tudo o que foi planejado pela Feiticeira, que já seguia o caminho da caverna onde seria o encontro.
Agora, o que me referi á algumas linhas antes, sobre fatos não esclarecidos quanto à Rainha Cisne Branco, transcrevo aqui. Nessa parte, há muitas suposições do que teria acontecido nesse encontro da Feiticeira com a Rainha. Mas a versão mais aceita, e que há de testemunhos mais válidos, é a seguinte:
Na hora marcada, Jadis esperava pela Rainha na frente da caverna, que chegou acompanhada de Lorde Isarim. General Sperdan, Nedamus, Óruns e Lorde Doran, além de alguns narnianos, ficaram afastados, por entre a floresta, na expectativa de acontecer alguma coisa errada. Qualquer movimento estranho, e eles entrariam pela caverna para salvar a Rainha e seu acompanhante. Mas, por causa da distância, não puderam ouvir o que os três conversaram antes de entrar. Depois que entraram, Nedamus comentou com Óruns.
- Agora não há nada que possamos fazer além de esperar. Que tudo ocorra bem. - desejou o centauro, e Óruns concordou com ele.
E esperaram por bastante tempo. Foram uma hora e meia de angústia até que General Sperdan bradou.
- Chega, vou entrar. - mas foi segurado por Nedamus, que viu alguém saindo da caverna.
Era a Feiticeira que saía, em passos lentos, segurando sua varinha na mão esquerda, e com o rosto tranqüilo e um sorriso que indicava vitória. Olhou em direção dos narnianos (de alguma forma, ela sabia que a Rainha seria vigiada), parou por alguns instantes e se virou, voltando a caminhar calmamente na direção do acampamento dela. A preocupação e o espanto tomaram conta daqueles que esperavam pela Rainha. Sperdan e Nedamus se entreolharam preocupados. Foi o General quem correu primeiro para a caverna, seguido pelos outros. Quando entraram, começaram a procurar pela Rainha, mas nada foi encontrado. Somente uma estátua que estava em pedaços pelo chão da caverna.
- Que pedras são essas? Parece uma estátua. - observou Óruns, que estava mais próximo. Lorde Doran se aproximou e reconheceu o que sobrou da estátua.
- Pela juba do Leão. É Lorde Isarim. Mas como aconteceu? - perguntou perplexo.
Todos se aproximaram para conferir a identidade da estátua, e se espantaram ao saber de quem era. Sperdan olhou em volta e mandou que todos vasculhassem a caverna à procura da Rainha. Ele próprio encontrou umas marcas na terra na borda do pequeno lago e mergulhou para saber se a Rainha estaria dentro dele. Apesar de a água do lago ser bastante cristalina, não era muito profundo, nem muito raso. O General logo percebeu que não havia como a Rainha ter caído naquele lago. Voltou para a superfície e na borda do lago perguntou se alguém tinha encontrado, mas teve somente respostas negativas. Sem sair do lago, olhou o chão e, meio que por acaso, encontrou o broche preferido da Rainha Cisne Branco - Um broche com o rosto de Aslam estampado em prata.
- Algo de muito estranho aconteceu aqui. Se a Feiticeira matou a Rainha, então temos que encontrar alguma coisa. Esse broche é o preferido da Rainha. Ela não sai de Cair Paravel sem ele. - disse o General.
- Vamos procurar mais uma vez. - disse Nedamus, preocupado, que foi obedecido por todos. Só que mais uma vez, não viram nada além de pedras, terra e a estátua de Lorde Isarim em pedaços.
- Vasculhamos até os fundos da caverna. Não há nada por aqui. - disse Óruns acompanhado por Graarnes e outro anão.
- O que pode ter acontecido por aqui? - perguntava Lorde Doran, confuso.
- Parece que não há como saber. - disse Nedamus. - Mas precisamos voltar para o exército. Se eu estou certo, a Feiticeira deve atacar a qualquer momento.
O General apenas concordou com o centauro, segurou firme o broche que encontrou e baixou a cabeça, guardando para si a revolta pelo sumiço da Rainha. Assim, eles saíram da caverna, cabisbaixos, como se o mundo não mais existisse.
Há quem diga que General Sperdan saiu da caverna carregando o corpo da Rainha, mas isso nunca foi confirmado por ninguém. O desaparecimento da Rainha, se é que exista algo que esclareça, por alguma razão, foi omitido dos documentos oficiais de Nárnia.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Capítulo 4: As Reuniões





Avisos:

Os personagens principais e os cenários pertecem ao grande C.S.Lewis.





A Grande Profecia de Nárnia

Capítulo 4: As Reuniões


Já era madrugada quando Óruns fora chamado às pressas para uma reunião com outros centauros. Como era discípulo de Nedamus, sabia que não poderia faltar, pois sua ajuda seria de grande valia para o que quer que fosse. Ao chegar na floresta onde seria a tal reunião, viu dezenas de centauros prontos para ouvir as palavras de Nedamus, que estava à frente de todos. E foi justamente ao lado deste que Óruns foi se colocar.
Nedamus era o mais velho e o mais sábio dos centauros daquela época. Seus grandes cabelos grisalhos, sua enorme barba branca e seu rosto sereno denunciavam isso. Ele conhecia muito das estrelas, coisa que aprendeu de seu pai, e agora estava ensinando a Óruns todos os segredos que guardara desde então. E o sábio centauro aguardou que seu aprendiz se aproximasse para começar a reunião.
- Grandes centauros das terras de Nárnia. – começou ele em tom sério. – Estamos em grande perigo. O estrondo que todos nós ouvimos ao anoitecer tem uma explicação. Era a nossa árvore, aquela que nos protegia da chamada Feiticeira Branca, que foi destruída por um narniano.
Ouviu-se murmúrios dos centauros por todos os cantos. Ninguém poderia acreditar se isso tivesse saído de outra pessoa, mas daquele centauro ninguém ousaria desacreditar. Óruns, que olhava atento seus amigos, se virou para Nedamus numa expressão inconformada.
- Será mesmo possível, meu senhor?
- Sim. Foi isso mesmo que ouviram. – respondeu tanto a Óruns quanto aos outros que o olhavam atônitos. – Está aqui nossa amiga, a coruja Lufânia, que sofreu muito com a perda da nossa árvore, pois estava lá no momento. Ela veio nos avisar, acompanhada de alguns simpáticos pássaros.
Todos olharam para a coruja que antes ninguém notara. Ela trazia seu semblante triste, porque estava muito preocupada com o futuro que era reservado à Nárnia. E o grande centauro continuou a falar.
- Todos vocês sabem que as estrelas nos avisaram. Por isso estivemos nos revezando em vigias por todo o reino. Só não imaginamos que o perigo seria trazido pelas mãos de um de nós.
Agora Lufânia entendia porque semanas antes tinha visto muita movimentação de centauros próximos à árvore. Mas ela acabou por concordar com Nedamus – ninguém esperaria que um narniano quisesse derrubar a protetora. Assim como os outros, a coruja continuou a ouvir o centauro.
- Agora o perigo é real. Se for verdade o que dizem sobre essa Feiticeira, então precisamos nos preparar e ficar atentos. Preparei uma mensagem que será enviada à nossa Rainha Cisne Branco que ainda está em viagem pelas Ilhas Solitárias, para que ela nos oriente até a sua chegada. - nisso, Lufânia já se ergueu e se prontificou a levar a mensagem:
- Grande Nedamus, eu levo a mensagem.
- Você não, nobre coruja. Já está bastante cansada e sofreu muito por hoje. Certamente a viagem deve ser longa e Loni já está pronto. - ao dizer isso, Nedamus apontou para o grifo que estava pouco mais afastado dele. - Ele deve voar mais rapido, pois precisamos de uma resposta urgente da nossa Rainha.
Lufânia não se sentia com forças suficientes para a empreitada - entendeu isso. Enfim, concordou deixando que a reunião prosseguisse. Nedamus deu instruções ao grifo e falou a todos os centauros presentes que preparassem armas pois era possível que uma batalha estivesse próximo a acontecer.
- Mas será que Aslam vem nos ajudar? - perguntou um centauro que se encontrava mais afastado de Nedamus.
- Isso não há como saber. As estrelas não nos dizem nada. Mas acredito de que ele deve aparecer no momento certo.
Com isso, Nedamus deduziu que os centauros estariam prontos para defender Nárnia e dispensou a todos logo em seguida, dizendo que estavam novamente convocados assim que recebesse uma resposta da Rainha, mas pediu que Óruns ficasse para que conversassem, o que ele prontamente atendeu. Os dois centauros foram para um pequeno monte próximo, fora da floresta, onde poderiam ver as estrelas mais claramente.
- Meu Óruns, o que vê nas estrelas hoje?
- Vejo muita dúvida. Vejo que estamos prestes a passar por momentos muito difíceis.
- Pois é assim mesmo. Sabe, as estrelas também têm vontade própria. Quando não nos querem dizer algo, elas simplesmente não mostram.
- E se essa feiticeira aparecer mesmo, será que vai querer nos dominar?
Nedamus entendeu a preocupação na voz do seu discípulo.
- Estou certo que sim. Ela passou muito tempo no Norte. Há rumores que ela já tem seu próprio exército. E se tiver mesmo, vai trazê-lo para cá. Imagine a força de um gigante, e ainda mais junto a uma pessoa tão má. O exército de Cair Paravel não será suficiente para deter a Feiticeira.
Os dois deram um suspiro profundo e fizeram uma breve pausa, antes de Nedamus retomar a conversa.
- Sabe, os centauros são o que há de mais nobre entre os animais de Nárnia. E sendo nobres, sabemos valorizar aos outros. Assim, tenho certeza que você já aprendeu tudo o que eu poderia ter ensinado. Já está pronto para tomar meu lugar. Você entende isso?
- Sim, senhor. - respondeu Óruns, mesmo não gostando do rumo da conversa.
- Ótimo. Saiba que, havendo uma batalha, precisamos lutar com todas as forças para defender Nárnia. E sua vida deve ser preservada a todo custo, mesmo se eu morrer.
- Mas Nedamus...
- Não. - interrompeu Nedamus. - Você será o guardião das estrelas quando eu faltar. As estrelas têm algo para você. Esteja certo que você será muito importante muito em breve.
Óruns não ousou dizer mais nada, pois sabia que as palavras de seu mestre tinham um propósito. Mas, certamente o velho centauro não era o único a pensar daquela forma. Longe dalí, ao sul do Ermo do Lampião, um simpático fauno voltava para sua casa depois de outra reunião, que pareceu mais demorada. Estava bastante preocupado, pois o assunto foi longe e perturbador. No momento que abriu a portinha de sua toca, ninguém veio ao seu encontro. Estava esperando por isso. Antes da reunião já sabia do ocorrido, pois era ele quem tinha acompanhado o final da conversa de Gunnar - agora, Ginnarbrik - e Graarnes, e também viu o que aconteceu com a árvore. Tinha se esquecido do que estava fazendo naquele momento, pois havia ficado no local para ajudar no que fosse necessário. Antes da reunião, ficou sabendo que uma amiga sua, uma anã, estava se preparando para levar os filhos dela para perto da fronteira com a Arquelândia, para ficarem em segurança e resolveu pedir para que ela levasse junto seus dois filhos, dois graciosos faunos. Ao amanhecer, ele se juntaria aos anões, conforme fora combinado, para que fabricassem armas, pois o velho anão também temia uma batalha.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Capítulo 3: A Prova de Gunnar





Avisos:

Os personagens principais e os cenários pertecem ao grande C.S.Lewis.
Spoilers do livro "As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa"




A Grande Profecia de Nárnia
Capítulo 3: A Prova de Gunnar

O sol se mostrava radiante naquela tarde. Qualquer um que gostasse de um bom passeio por uma floresta densa iria gostar de ver os raios tomando espaço entre as copas das árvores e os sons dos pássaros nos galhos delas. Mas os dois que caminhavam pela floresta naquele momento não ligavam para isso. A Feiticeira Branca só estava querendo chegar logo ao seu destino e Gunnar ainda estava mostrando muita admiração por aquela mulher. Quando chegaram ao limite da floresta, Jadis avistou ao longe o local para onde iria, levando consigo o anão. Logo chegaram à cidade que os gigantes chamavam de Harfang.
Cada passo que o anão dava fazia-o admirar a cidade de casas enormes que estava conhecendo. Eram gigantes para todo lado, envoltos a outros animais que Gunnar nunca tinha visto em Nárnia. Eram minotauros, ciclopes, ogros, duendes, e outros seres que o anão ainda não conhecia, e todos faziam reverência à Jadis quando ela passava por perto deles.
Chegaram a um lugar que lembrava algo como um gigantesco castelo, e foram recebidos por um grande minotauro que, em sua reverência, tratou a Feiticeira por “Minha Rainha”.
- Comandante Otmin. Preciso preparar umas coisas. Não quero ser interrompida por ninguém. E leve o anão com você. Mostre a ele os fiéis e, quando eu chamar, quero que o leve ao salão principal.
- Como quiser, minha Rainha. – disse o minotauro, prestando outra reverência e indo na direção do anão fazendo com que este o acompanhasse.
Gunnar conheceu aqueles que a Feiticeira chamava de “fiéis”. Mostraram para ele as armas que possuíam e as armaduras que produziam o tempo todo. O anão olhou com interesse para todas aquelas coisas e se lembrou de quando aprendeu com seu velho pai o trato com arco e flecha. Pegou um arco e pôs-se a treinar um pouco sua pontaria. De tanto treinar, não viu que as horas se passaram e logo o minotauro voltou e o chamou para o encontro com Jadis.
O anão foi levado para uma grande sala com aparência sombria, que tinha enormes colunas de cada lado, algumas cadeiras nos cantos e ao fundo se encontrava a Feiticeira sentada em uma cadeira que lembrava um trono, que era posta frente a uma grande mesa. Atrás dela havia um gavião, dois enormes morcegos e um corvo, empoleirados como se fossem eternos vigias do salão. Jadis mandou que o anão se aproximasse da mesa.
- Preciso que você faça um trabalho. Vai servir para provar sua lealdade para comigo. Sendo bem sucedido, estará entre os meus. Mas se não fizer o que for preciso, não precisa nem voltar.
- Posso perg...
- Não terminei ainda. – interrompeu a Feiticeira olhando friamente para os olhos do anão. – Você só está aqui porque vem de Nárnia. E é em Nárnia que vai executar o que vou lhe dizer.
A Feiticeira contou em detalhes o que o anão precisaria fazer. E também lhe deu duas coisas: Um frasco com um líquido vermelho e um pó para ser usado caso necessário, explicando o uso deles detalhadamente. Assim que Jadis terminou de dar as ordens, Gunnar partiu direto para Nárnia. Mas a Feiticeira precisava ter certeza da lealdade do anão. Mandou que seu corvo o seguisse para observar os passos dele, e voltasse quando tivesse os resultados. O anão não gostou do caminho que teve que tomar para voltar ao reino, de andar pela floresta novamente, mas sabia que era preciso para ser aceito ao lado da Feiticeira. Levou alguns dias, mas enfim já estava de volta em Nárnia e já estava chegando onde precisava estar.
Lufânia, uma coruja valente, estava no alto de uma árvore tendo uma conversa agradável com um pardal amigo. Mas a conversa não atrapalhava sua “vigia”. Tanto que avistou ao longe, próximo ao Ermo do Lampião, o anão que ela conhecia bem, pois eram bons amigos antes do desaparecimento deste. Achava estranho Gunnar aparecer de repente e falou ao pardal:
- Nutis, está vendo aquele anão? É o Gunnar.
- Anão? Onde?
- Na direção do Lampião. – disse Lufânia, apontando para o Ermo do Lampião.
- Estou sim. Tem certeza que é Gunnar? Está sumido há muito tempo...
- Tenho sim. Faça-me um favor. Voe até o pai dele e diga para vir pra cá. Estou tendo um estranho pressentimento.
O pardal conhecia bem aquela coruja, e não disse mais nada. Apenas se lançou ao ar para ir atrás de Graarnes, pai de Gunnar, ao mesmo tempo em que Lufânia alçou vôo em direção àquele anão para então saber o motivo da visita inesperada, e ganhar tempo até que o velho anão chegasse.
- Gunnar, que surpresa. – disse a coruja, que estava mesmo contente por rever um amigo. - É bom te ver de novo.
O anão nada lhe respondeu. Continuou seu caminho tentando não dar atenção à coruja e passou por ela sem olhá-la.
- Você nos deixou preocupados. Seu pai mandou muitos amigos à sua procura.
- Não quero saber de meu pai. Estou bem sem ele. – disse de modo ríspido a ela, mas sem parar de caminhar e sendo seguido pela coruja.
- Mas então não voltou pra ficar? Esperávamos muito sua volta. Todos nós gostamos de você.
O anão logo percebeu que a coruja não o deixaria em paz. Ela seria realmente um empecilho para o que iria fazer. Tratou logo de colocar a mão na sua bolsa e, sem que a coruja percebesse, pegou um pouco do pó que a Feiticeira lhe deu. Devagar, foi se virando na direção de Lufânia e disse de forma sarcástica.
- Também gostei muito de te ver. Mas eu preciso fazer isto. Boa noite. – ao dizer essas palavras, o anão levantou sua mão com a palma cheia daquele pó e o soprou no rosto da coruja, fazendo com que ela tivesse uma leve tontura e, andando para trás, tentando segurar em algo, acabou caindo no chão, num profundo sono.
Por sorte, o pardal encontrou Graarnes perto de onde estavam. Avisou-o sobre o reaparecimento de Gunnar, e este ficou num misto de alegria e perplexidade ao saber. Deixou no chão as ferramentas que carregava e tratou de correr ao encontro do outro. O velho anão, que chegou bem na hora de ver a coruja caindo, se surpreendeu ao ver o filho há tanto tempo sumido. Pensou logo que Gunnar havia feito algo com Lufânia.
- Gunnar! O que aconteceu com Lufânia? – olhando para a coruja, depois voltou a olhar o filho. - E onde você esteve? Estávamos preocupados. – o velho anão tentava obter a atenção do filho, que olhou um pouco para ele e voltou a caminhar em direção à árvore que protegia o reino.
- Porque está tão preocupado? Sua vidinha parece ser mais importante.
- Não diga isso, Gunnar. Sabe que amamos você. O que pode haver de errado em nós para que não goste?
- Você nunca entenderia. Estou certo que Nárnia precisa de umas mudanças. – falando isso, pegou o frasco que guardava na bolsa.
- Ora, meu filho. Do que está falando? Estamos vivendo nossa melhor época. A Rainha é boa conosco, sempre vivemos assim. Nossa vida sempre foi boa para nós.
Nesse momento já estavam próximos o suficiente para Gunnar executar o plano a que estava disposto, e olhando fixamente em direção ao seu alvo, disse ao velho pai.
- Pois é isso mesmo que precisa mudar. A nossa vida... – dizendo isto, Gunnar jogou o frasco, fazendo-o voar em direção à árvore, cuja trajetória foi acompanhada pelos olhos incrédulos de Graarnes, alguns pássaros e um fauno que caminhava próximo e acabou por acompanhar o final da conversa dos dois anões. Uma outra árvore, que também sentiu o frasco ser jogado, levou seus galhos ao encontro deste, na tentativa de desviar seu trajeto, ou até mesmo de impedir que este atingisse a árvore mais importante do local. Mas foi em vão. O frasco atingiu o tronco corpudo daquela árvore quebrando-se e o líquido que estava dentro tomava conta dela. Um grande urro - que mais parecia um trovão – foi ouvido e sentido à quilômetros de distância, que fizeram os dois anões, e quem estava perto, taparem os ouvidos. Depois disso, o velho anão se deu conta do que aconteceu, pegou Gunnar pelos braços e bradou:
- O que você fez?
- Algo que vai mudar nossas vidas para sempre! – respondeu Gunnar, no momento em que um espetáculo terrível chamou a atenção dos dois, e de todos que estavam à volta.
A árvore se retorcia incrivelmente. Seus galhos estavam perdendo forças e suas folhas não estavam mais luzindo como prata e caiam freneticamente. Um estranho barulho, que parecia gritos de lamento, estava saindo dela. No ponto onde o frasco se partiu, uma cor negra-acinzentada estava tomando conta do lugar e se espalhava pelo restante do tronco. Logo a árvore estava virando cinza, como se estivesse toda queimada, mas sem que nenhuma labareda a tocasse. Era estranho para aqueles narnianos acompanharem aquilo tudo sem poder fazer nada, por que todo o processo foi muito rápido. Tão rápido quanto Gunnar que se soltou das mãos de seu pai e pôs-se a correr para longe dali. Mas antes que sumisse das vistas de quem estava no local, disse vivamente:
- Preparem-se todos. A Feiticeira Branca está vindo para Nárnia. – e voltou a correr em direção que ninguém imaginava onde fosse. Alguns narnianos que ali chegaram e entenderam a situação tentaram correr atrás de Gunnar, mas foram impedidos com o grito de Graarnes.
- Não... Deixem ir. Temos uma situação mais grave conosco. – o velho anão entendia bem o problema, pois entendera as palavras do filho. Virou-se para a árvore que já estava toda decomposta e em cinzas, e pôde ver que Lufânia já estava acordada e, no meio do que restou das folhas, chorava copiosamente a perda da protetora, sendo acompanhada pelos pássaros que tinham visto tudo. Num sobressalto, gritou a todos que estavam presentes.
- Precisamos avisar a todos. Alguém leve a noticia até Cair Paravel. – depois correu em direção à coruja disse para ela: - Lufânia, precisamos de você. Vá até o vale dos centauros e avise ao Nedamus sobre a árvore. Ele vai saber o que fazer.
Lufânia entendeu a urgência do pedido, mas não se sentia bem para a empreitada. Tentou dizer que não conseguiria, mas alguns rouxinóis, pardais e outros pombos repetiam para ela:
- Nós vamos com você Lufânia. Vamos voar ao seu lado. – enfim, a coruja concordou, engoliu a tristeza e pôs-se a voar na companhia daqueles pássaros para avisar os centauros. Graarnes, que acompanhou com os olhos o vôo daqueles pássaros, voltou a olhar em volta a procura de alguma ajuda. Encontrou alguns esquilos que olhavam perplexos o que restava daquela majestosa árvore – era justamente deles que precisava.
- Queridos esquilos. Ajudem-nos. Avisem a todos os narnianos que precisamos nos reunir aqui mesmo. Se é verdade o que dizem sobre a Feiticeira Branca, estamos perto de grande perigo. – os esquilos assentiram com a cabeça e cada um começou a correr para um lado.
O corvo que a Feiticeira mandou para vigiar Gunnar estava satisfeito. Assistira tudo com atenção e já tinha informações suficientes para Jadis. Voou de volta para Harfang tão rápido quanto fosse necessário, porque sabia que a Feiticeira tinha planos para o anão e para Nárnia.
Dias depois, Gunnar voltava para a cidade dos gigantes. Logo que chegou, foi mandado para encontrar-se com a Feiticeira em um outro local. O minotauro Otmin o acompanhou até uma sala estranha. O anão viu a Jadis ao lado de uma grande estátua, e ao lado desta, uma pequena mesa de pedra onde havia um machado de guerra. Nervosamente sorriu para a mulher que se encontrava com seu ar superior de sempre.
- Minha Rainha. – Gunnar resolvera tratar a Feiticeira como os outros animais a tratava. – Suas ordens foram cumpridas.
- Já estou sabendo. Fez um bom trabalho. Aproxime-se e estenda sua mão sobre essa mesa, com a palma para cima. – sem entender porque, Gunnar colocou sua mão ao lado do machado sobre a mesa, mas não notou que nesse momento as unhas da Feiticeira estavam crescendo como pequenas pontas de lança.
- Quero que você se lembre de que agora você me pertence. Você dará início a uma nova raça de anões. Os anões negros... – ao dizer isto, levantou sua mão, juntou seus dedos e cravou-os na palma do anão, que soltou um grito abafado e sentiu algo percorrer pelo seu corpo, fazendo seus olhos mostrarem um brilho negro por um instante e seus cabelos escurecerem um pouco. Logo a Feiticeira soltou a mão de Gunnar e disse para ele:
- Esteja preparado. Você será meu segundo olho. Onde eu for você irá. Este machado é para você. Na guerra, será sua arma. – Gunnar olhou o machado. Sua respiração ofegante não deixava contemplar aquele presente de forma adequada. A Feiticeira foi caminhando para a saída, e se dirigiu ao seu comandante.
- Comandante. Prepare todos. Vamos partir para Nárnia amanhã cedo. – o minotauro prestou mais uma reverência, mostrando assim que iria cumprir a ordem.
Agora Gunnar tomava dimensão da situação em que se metera. Não estava arrependido, mas não saberia se poderia continuar. Era tarde demais. Quando olhou novamente sua mão, não viu marcas nem cicatrizes. Era como se a Feiticeira nem o tivesse tocado. As marcas sumiram misteriosamente. E antes que Jadis saísse da sala, se virou novamente para o anão e disse-lhe:
- Outra coisa: De agora em diante, você se chamará Ginnarbrik. – e saiu, deixando os dois.
O nome que recebera da Feiticeira soou estranho para ele, mas não podia contrariá-la. Pensando no que acabou de lhe acontecer, o anão olhou novamente para a grande estátua que se postava à sua frente. Notou agora que era de um gigante que segurava uma grande clava em posição de ataque. Um pensamento lhe ocorreu e resolveu comentar com o minotauro.
- Essa estátua... É o que estou pensando? – perguntou mesmo sem saber se devia. A resposta de Otmin foi curta e direta.
- É o que se recebe quando se tenta trair nossa Rainha.

Capítulo 2: O Anão Insatisfeito





Avisos:

Os personagens principais e os cenários pertencem ao grande C.S.Lewis.
Spoilers do livro "As Crônicas de Nárnia: O Sobrinho do Mago".
Agradeço a colaboração de um amigo - Salem - em uma dúvida que foi prontamente resolvida e vai dar mais uma força nessa história.




A Grande Profecia de Nárnia
Capítulo 2: O Anão Insatisfeito

Um jovem anão vagava pela floresta sem rumo certo, havia muito tempo. Dias, para ser mais exato. Esperava encontrar alguém ou alguma coisa que pudesse dar algum sentido à vida dele. Mas antes de saber sobre sua peregrinação e o futuro que lhe é reservado, vamos contar um pouco da história do anão que se chamava Gunnar.
Gunnar resolveu sair de Nárnia porque não se sentia mais daquele mundo - coisa que ninguém compreendeu porque, já que todos gostavam muito dele. Mas ele se sentia incomodado com o fato de os anões trabalharem tanto. Ao ver dele, trabalhavam mais do que todos.
- Bobagem – Disse seu pai, quando Gunnar foi lhe falar. – Todos trabalham nesta terra. Venha, vou lhe mostrar uma coisa.
Os dois subiram em um pequeno morro, e avistaram o principal orgulho dos narnianos.
- O que vê alem daqueles montes? – Apontou para uma torre que se erguia ao longe.
- É uma das torres de Cair Paravel.
- Pois é isso mesmo. Fique você sabendo que todos trabalharam na construção dele. Tanto os anões, como os faunos, os centauros, os texugos, os ursos, os felinos, os cães, os cavalos... Todos, exatamente todos que poderiam ajudar, ajudaram a erguer o orgulho de Nárnia. Portanto, posso lhe garantir que em Nárnia, todos trabalhamos igualmente. Não é só os anões. Nós, os anões, trabalhamos com gosto. E é porque gostamos tanto que fazemos tudo bem feito. Você deveria se sentir orgulhoso por seu povo.
Mas Gunnar não se satisfez. Não compreendeu aquelas palavras do seu velho pai. Mas o que aconteceu de pior para ele foi quando os anões foram chamados para reformar o navio da Rainha Cisne Branco, que iria fazer uma viagem para as Ilhas Solitárias. Gunnar estava entre os encarregados de montar os andaimes para o pessoal que precisava pintar o navio. Mas por um descuido seu, uma das pernas do andaime ficou frouxa e, com toda a agitação, acabou se partindo e fazendo com que todos caíssem. Sorte que ninguém se machucou – procuravam encarar como uma grande brincadeira. A não ser Gunnar que se viu numa situação embaraçosa. Ficaram sabendo que ele era o responsável e apenas zombaram dele. Mas aquilo foi muito vergonhoso para Gunnar e por essa razão, decidiu sair às escondidas naquela mesma noite, sem rumo certo, sem pensar em mais ninguém.
Só que depois de tanto caminhar, de tanto refletir sobre sua vida, o anão parou para descansar e comer alguns frutos colhidos das árvores por onde passava. Não queria admitir, mas a essa altura estava perdido. Não conhecia aquela parte da floresta e, por isso mesmo, acreditava que não estivesse mais em Nárnia. No auge do seu descanso, ouviu passos vindos em sua direção e pensou logo que fosse perigoso ficar ali. Os passos vinham lentos como se fossem de alguém armando uma emboscada. Gunnar subiu numa árvore alta perto de onde estava e lá de cima teve uma surpresa espantosa.
Quem apareceu foi a Feiticeira Branca. Trazia consigo um presente dos bruxos com quem esteve reunida: uma varinha adornada de belos cristais. Do alto da árvore, Gunnar observava com admiração aquela mulher de uma beleza única, mas que se mostrava tão branca, tão clara como a neve. Logo estaria imaginando se ela fosse mesmo a Feiticeira que tanto ouviu histórias.
- Ela é exatamente como dizem. – pensou Gunnar, enquanto admirava a Feiticeira.
A confirmação veio numa atitude da mulher que olhava os arredores como se estivesse procurando por algo perdido. Encontrou alguns ratos escondidos próximo a um agrupamento de pedras e antes que todos pudessem fugir, Jádis levou sua varinha ao encontro dos mais próximos, fazendo com que um facho de luz aparecesse e no lugar dele, os ratos que sobraram fossem transformados em pequeninas estátuas de pedra. Por fim, ela olhou sua varinha de forma vitoriosa e deu um largo sorriso, imaginando tudo que conquistaria fazendo uso daquele instrumento.
Enquanto isso, o anão, que estava tremendo - ou por ansiedade ou por medo, tentava acreditar naquilo que seus olhos tinham visto. No entanto, acabou por se descuidar e pisou em falso em um galho, fazendo com que caísse próximo à Feiticeira. A queda do anão chamou a atenção de Jádis, que se virou sobressaltada para ver o que estava acontecendo.
- O que está havendo? Quem está aí? – Perguntou ela, mostrando superioridade e já colocando sua varinha em prontidão. Gunnar viu que não tinha outro jeito senão se apresentar. Qualquer movimento em falso e poderia ser transformado em pedra, tal qual aqueles pobres ratinhos.
- Por favor, não me mate. Sou eu, Gunnar. Sou apenas um anão vagando pela floresta.
- Um anão. De onde você vem, anão? – Perguntou a Feiticeira, mesmo já desconfiando da resposta, pois havia reconhecido as roupas que o anão estava usando.
- De Nárnia, Real Senhora. Saí de Nárnia há vários dias e estou sozinho. – Gunnar nunca soube porque disse isto. Que adiantaria aquela mulher saber se ele estaria sozinho ou não? Com o poder que ela demonstra ter nas mãos, certamente derrotaria um exército. Mas só quem conhece a Feiticeira Branca sabe o quanto os olhos dela brilharam ao ter certeza que o anão que se encontrava em sua frente era de Nárnia.
- E porque não está junto dos seus?
- Porque eu não consigo... – não gostou do que disse, e logo emendou – Porque eu sinto que posso fazer algo mais importante do que apenas trabalhar em minas ou entalhar madeira ou ficar fundindo metais. - A Feiticeira logo compreendeu onde o anão queria chegar. Tanto que resolveu testá-lo.
- Como o quê, por exemplo?
- Posso servir a tão majestosa Feiticeira Jádis.
- Como sabe quem eu sou? Por acaso já me apresentei a você? – perguntou a mulher, se aproximando do anão, que se afastou receoso e acabou por tropeçar em um galho.
- Não, Real Senhora. São as histórias que chegam até nós. Seus feitos têm sido espalhados por todos os cantos. – mentiu o anão, como se fosse a coisa mais importante a dizer para salvar sua pele. Jádis, que não ficou muito contente com a resposta, balançou sua varinha na direção do anão, fazendo o sangue deste ferver.
- E porque acha que eu preciso de você? Acha que pode ser útil para mim?
- Senhora, não sou ninguém importante. Apenas quero lhe servir no que for capaz.
Jadis sentiu que aquele anão seria importante para o que estava se passando por sua mente naquele instante. Mas achou melhor testá-lo mais um pouco.
- Não... Vá pra casa. Você não serve para estar junto dos meus. – disse isso, se virando como se estivesse indo embora e deixando o anão sem ter o que fazer. Mas de súbito ela ouviu uma coisa muito esclarecedora.
- Eu sei porque a Senhora não pode ir para Nárnia. É por causa da árvore. – gritou Gunnar. Ao ouvir essas palavras do anão, a Feiticeira levantou o olhar e, sem se virar para ele, perguntou:
- Uma árvore? De que tipo?
- Uma árvore que nasceu do fruto trazido dos confins do mundo. Uma que foi plantada por um Filho de Adão logo no nascimento de Nárnia.
Toda uma lembrança veio à tona na cabeça de Jádis. A lembrança dos primeiros dias em que pisou naquela terra. Só agora ela entendia o porque que não conseguia entrar em Nárnia. Virando de novo para o anão, ela perguntou:
- E você? Já viu essa árvore?
- Sim, Senhora. Todos os narnianos ajudam a cuidar dela. Talvez por isso ela esteja sempre florida, sempre forte. Ninguém sabe o que são feitos dos frutos dela. Sabemos apenas que são levados para Cair Paravel, o castelo.
Jádis estava satisfeita. Porque viu nos olhos do anão que ele era avesso àquele mundo, sentiu que pudesse usar da lealdade de Gunnar e também sentiu que este seria o primeiro passo para a conquista de Nárnia.
- Pois bem, acho que você pode vir comigo. Vamos ver do que você realmente é capaz.
Ao dizer isto, ela se virou para ir embora e o anão tinha entendido que estava aceito. Foi logo atrás dela, mesmo sem saber para onde iriam, porque achava que havia chegado a hora de mostrar seu valor. No caminho, o anão foi contando tudo o que sabia sobre Nárnia, fazendo com que a Feiticeira já estivesse montando todo o esquema que seria preciso para regressar àquele reino.

Capítulo 1: Jadis e a Árvore de Nárnia





Avisos:

Os personagens principais e os cenários pertecem ao grande C.S.Lewis.
Spoilers do livro "As Crônicas de Nárnia: O sobrinho do Mago"



A Grande Profecia de Nárnia
Capítulo 1: Jadis e a Árvore de Nárnia


Quando foi criada, Nárnia ganhou uma árvore que seria sua proteção quanto a qualquer investida da Feiticeira Branca, cuja maldade não conhecia limites. Sabedor disso, Aslam havia dito que enquanto essa árvore se encontrasse de pé, a Feiticeira não conseguiria chegar perto de Nárnia. Jádis, que já estava longe, ao norte de Nárnia, permaneceu lá por muito tempo e até saber da existência dessa árvore não conseguia entender a razão porque não podia rumar para o sul. Toda a vez que tentava adentrar Nárnia, um sentimento de desespero tomava conta dela como se estivesse diante de uma ameaça mortal. Pensava ela que aquilo era de fato um encanto realmente poderoso, que só o Grande Leão poderia ter feito. No norte havia alguns gigantes que ela conseguiu dominar e estes foram seus primeiros súditos. Ela sempre usou qualquer tipo de feitiçaria para se impor, e com os gigantes, que se mostravam intelectualmente inferiores a ela, não seria diferente. Mas além dos gigantes, Jádis conquistou para si a lealdade de outros animais que viam nela a expressão de poder jamais visto por eles. Estes se encarregavam em tudo o que a Feiticeira necessitava.
Nárnia virou uma obsessão para Jádis. A cada dia no exílio ela incutia a si o desejo de fazer parte daquele mundo e reinar de maneira absoluta entre seus habitantes. Dominar os gigantes do norte não seria suficiente. Mas para isso percebeu que precisaria antes se fortalecer. Precisaria aprimorar seus encantos e feitiçarias e procurar aprender outras novas. Precisaria ainda descobrir o que havia de tão poderoso que a impedia de entrar em Nárnia. Não poderia enviar alguns gigantes receando que estes a denunciaria, ou não fizesse bem o trabalho, ou talvez nem retornassem. Também não se sentia muito confiante para mandar um minotauro, ou um javali que fosse afim de espionar aquelas árvores fantásticas. Contudo, ela estava certa que logo haveria um plano, ou então alguma grande oportunidade de realizar o que tanto queria.
Enquanto isso, a árvore que protegia Nárnia era a que estava sendo mais protegida por todos. Os narnianos faziam idéia de que se aquela feiticeira aparecesse, boa coisa não seria para ninguém. Até as outras árvores se encarregavam nos cuidados para com esta que era especial. Havia quem viesse de longe só para ver se ela ainda estava de pé e florindo. Os faunos e as dríades faziam festa em torno desta. Todos os reis e rainhas que passaram por Nárnia, até então, a reverenciavam, e sua história era repetida por todos os anos como a mais fantástica das histórias de Nárnia. Saber que fora plantada por um Filho de Adão era motivo de grande orgulho para os narnianos.
Nessa época, havia uma coruja, chamada Lufânia, que se sentia uma verdadeira sentinela dessa árvore. Apesar de um pouco vesga, não perdia um só movimento de quem quisesse se aproximar de sua protegida. Além de que não era a única, mas era realmente uma das mais dedicadas. Por vezes apareciam os anões a limpar os arredores da árvore, e os esquilos limpando suas folhas sedosas, enquanto que Lufânia se mantinha alerta, como se houvesse sempre um inimigo disposto a atacar a árvore.
Essa árvore representava muito para Nárnia. Todo o povo e os animais sabiam disso e se sentiam felizes. Tanto que não imaginavam mais sua vida sem aquela protetora. Estavam simplesmente obedecendo às palavras de Aslam quando disse a todos que cuidassem dela.
Mal sabiam eles que a Feiticeira havia seguido rumo a algumas cavernas sombrias, onde certamente encontraria alguém para aprimorar suas feitiçarias. Passara um bom tempo lá, na companhia de bruxos e bruxas da pior espécie e saiu de lá com um presente que já saberia onde este seria mais útil. Só que no caminho de volta ao exílio, ela encontraria alguém com quem pudesse confiar, e esse alguém seria seu mais fiel seguidor.

Primeirão aí...

Inventei de fazer este blog para postar uma fanfic que escrevi sobre Nárnia. São muitas as razões que me levaram a fazer isso: Primeiro, o universo criado por C.S.Lewis é fantástico e, apesar de ele ter dado um fim na história no livro "As Crônicas de Nárnia: A Última Batalha", me deixou com aquele gostinho de quero mais, muito mais. Segundo, porque gostaria de dedicar esta fic a todos os dezenove mil, seicentos e setenta membros, até o momento, da comunidade "As Crônicas de Nárnia" do Orkut. Terceiro: Escrever esta fic foi mais que um trabalho de fã. Foi um desafio particular meu porque não achava que iria conseguir escrever uma história utilizando até elementos com certa complexidade. Resolvi escrevê-la pouco tempo depois de ter descoberto o site Nyah Fanfiction e nele encontrei, e continuo encontrando, diversos talentos para histórias. A história já está completa no Nyah. Aqui vou colocar à medida que as ilustrações dos capítulos estiverem prontos.

Para quem não sabe, Fanfic é a abreviação do termo em inglês fan fiction, ou seja, "ficção criada por fãs". Trata-se de contos ou romances escritos por terceiros, não fazendo parte do enredo oficial do livro, filme ou história em quadrinhos a que faz referência. (Wikipédia) Embora alguns digam que fere a ideologia de "direitos autorais", não penso por este lado, porque como diz na definição: "criada por fãs". Logo, quem escreveu não terá ganhos, financeiros ou de outra forma, com a história. Também acho que é um ótimo meio de se elevar culturalmente a Literatura (no caso de fanfics de livros) entre as pessoas.

A fic que escrevi chama-se "A Grande Profecia de Nárnia" e é composta de nove capítulos que se seguem abaixo:
Capítulo 1: Jadis e a Árvore de Nárnia
Capítulo 2: O Anão Insatisfeito
Capítulo 3: A Prova de Gunnar
Capítulo 4: As Reuniões
Capítulo 5: O Mistério da Rainha
Capítulo 6: Levante Narniano
Capítulo 7: A Batalha das Pedras
Capítulo 8: O Segredo que Guarda o Castelo
Capítulo Final: A Tristeza do Centauro

Neste momento, trago os três primeiros e, como foi dito, os outros virão quando tiver terminado as ilustrações - o que é outro desafio porque eu sou péééééééssimo em desenho e estou apanhando muito no meu pc para fazê-los. Mas tudo bem. Trabalho de fã é assim mesmo. Espero que gostem.

Por Nárnia e por Aslam!!