segunda-feira, 16 de março de 2009

Capítulo 4: As Reuniões





Avisos:

Os personagens principais e os cenários pertecem ao grande C.S.Lewis.





A Grande Profecia de Nárnia

Capítulo 4: As Reuniões


Já era madrugada quando Óruns fora chamado às pressas para uma reunião com outros centauros. Como era discípulo de Nedamus, sabia que não poderia faltar, pois sua ajuda seria de grande valia para o que quer que fosse. Ao chegar na floresta onde seria a tal reunião, viu dezenas de centauros prontos para ouvir as palavras de Nedamus, que estava à frente de todos. E foi justamente ao lado deste que Óruns foi se colocar.
Nedamus era o mais velho e o mais sábio dos centauros daquela época. Seus grandes cabelos grisalhos, sua enorme barba branca e seu rosto sereno denunciavam isso. Ele conhecia muito das estrelas, coisa que aprendeu de seu pai, e agora estava ensinando a Óruns todos os segredos que guardara desde então. E o sábio centauro aguardou que seu aprendiz se aproximasse para começar a reunião.
- Grandes centauros das terras de Nárnia. – começou ele em tom sério. – Estamos em grande perigo. O estrondo que todos nós ouvimos ao anoitecer tem uma explicação. Era a nossa árvore, aquela que nos protegia da chamada Feiticeira Branca, que foi destruída por um narniano.
Ouviu-se murmúrios dos centauros por todos os cantos. Ninguém poderia acreditar se isso tivesse saído de outra pessoa, mas daquele centauro ninguém ousaria desacreditar. Óruns, que olhava atento seus amigos, se virou para Nedamus numa expressão inconformada.
- Será mesmo possível, meu senhor?
- Sim. Foi isso mesmo que ouviram. – respondeu tanto a Óruns quanto aos outros que o olhavam atônitos. – Está aqui nossa amiga, a coruja Lufânia, que sofreu muito com a perda da nossa árvore, pois estava lá no momento. Ela veio nos avisar, acompanhada de alguns simpáticos pássaros.
Todos olharam para a coruja que antes ninguém notara. Ela trazia seu semblante triste, porque estava muito preocupada com o futuro que era reservado à Nárnia. E o grande centauro continuou a falar.
- Todos vocês sabem que as estrelas nos avisaram. Por isso estivemos nos revezando em vigias por todo o reino. Só não imaginamos que o perigo seria trazido pelas mãos de um de nós.
Agora Lufânia entendia porque semanas antes tinha visto muita movimentação de centauros próximos à árvore. Mas ela acabou por concordar com Nedamus – ninguém esperaria que um narniano quisesse derrubar a protetora. Assim como os outros, a coruja continuou a ouvir o centauro.
- Agora o perigo é real. Se for verdade o que dizem sobre essa Feiticeira, então precisamos nos preparar e ficar atentos. Preparei uma mensagem que será enviada à nossa Rainha Cisne Branco que ainda está em viagem pelas Ilhas Solitárias, para que ela nos oriente até a sua chegada. - nisso, Lufânia já se ergueu e se prontificou a levar a mensagem:
- Grande Nedamus, eu levo a mensagem.
- Você não, nobre coruja. Já está bastante cansada e sofreu muito por hoje. Certamente a viagem deve ser longa e Loni já está pronto. - ao dizer isso, Nedamus apontou para o grifo que estava pouco mais afastado dele. - Ele deve voar mais rapido, pois precisamos de uma resposta urgente da nossa Rainha.
Lufânia não se sentia com forças suficientes para a empreitada - entendeu isso. Enfim, concordou deixando que a reunião prosseguisse. Nedamus deu instruções ao grifo e falou a todos os centauros presentes que preparassem armas pois era possível que uma batalha estivesse próximo a acontecer.
- Mas será que Aslam vem nos ajudar? - perguntou um centauro que se encontrava mais afastado de Nedamus.
- Isso não há como saber. As estrelas não nos dizem nada. Mas acredito de que ele deve aparecer no momento certo.
Com isso, Nedamus deduziu que os centauros estariam prontos para defender Nárnia e dispensou a todos logo em seguida, dizendo que estavam novamente convocados assim que recebesse uma resposta da Rainha, mas pediu que Óruns ficasse para que conversassem, o que ele prontamente atendeu. Os dois centauros foram para um pequeno monte próximo, fora da floresta, onde poderiam ver as estrelas mais claramente.
- Meu Óruns, o que vê nas estrelas hoje?
- Vejo muita dúvida. Vejo que estamos prestes a passar por momentos muito difíceis.
- Pois é assim mesmo. Sabe, as estrelas também têm vontade própria. Quando não nos querem dizer algo, elas simplesmente não mostram.
- E se essa feiticeira aparecer mesmo, será que vai querer nos dominar?
Nedamus entendeu a preocupação na voz do seu discípulo.
- Estou certo que sim. Ela passou muito tempo no Norte. Há rumores que ela já tem seu próprio exército. E se tiver mesmo, vai trazê-lo para cá. Imagine a força de um gigante, e ainda mais junto a uma pessoa tão má. O exército de Cair Paravel não será suficiente para deter a Feiticeira.
Os dois deram um suspiro profundo e fizeram uma breve pausa, antes de Nedamus retomar a conversa.
- Sabe, os centauros são o que há de mais nobre entre os animais de Nárnia. E sendo nobres, sabemos valorizar aos outros. Assim, tenho certeza que você já aprendeu tudo o que eu poderia ter ensinado. Já está pronto para tomar meu lugar. Você entende isso?
- Sim, senhor. - respondeu Óruns, mesmo não gostando do rumo da conversa.
- Ótimo. Saiba que, havendo uma batalha, precisamos lutar com todas as forças para defender Nárnia. E sua vida deve ser preservada a todo custo, mesmo se eu morrer.
- Mas Nedamus...
- Não. - interrompeu Nedamus. - Você será o guardião das estrelas quando eu faltar. As estrelas têm algo para você. Esteja certo que você será muito importante muito em breve.
Óruns não ousou dizer mais nada, pois sabia que as palavras de seu mestre tinham um propósito. Mas, certamente o velho centauro não era o único a pensar daquela forma. Longe dalí, ao sul do Ermo do Lampião, um simpático fauno voltava para sua casa depois de outra reunião, que pareceu mais demorada. Estava bastante preocupado, pois o assunto foi longe e perturbador. No momento que abriu a portinha de sua toca, ninguém veio ao seu encontro. Estava esperando por isso. Antes da reunião já sabia do ocorrido, pois era ele quem tinha acompanhado o final da conversa de Gunnar - agora, Ginnarbrik - e Graarnes, e também viu o que aconteceu com a árvore. Tinha se esquecido do que estava fazendo naquele momento, pois havia ficado no local para ajudar no que fosse necessário. Antes da reunião, ficou sabendo que uma amiga sua, uma anã, estava se preparando para levar os filhos dela para perto da fronteira com a Arquelândia, para ficarem em segurança e resolveu pedir para que ela levasse junto seus dois filhos, dois graciosos faunos. Ao amanhecer, ele se juntaria aos anões, conforme fora combinado, para que fabricassem armas, pois o velho anão também temia uma batalha.

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